EP#4
AIDS: epidemia de preconceito
O preconceito, difundido inclusive por profissionais de saúde, que marcou o enfrentamento do HIV ajudou a disseminar esse vírus e suas consequências
No início dos anos 1980, uma nova e mortal doença intrigou os médicos nos Estados Unidos. Logo de cara, eles notaram algo em comum entre os pacientes: eram homens jovens, saudáveis e homossexuais. Pouco tempo depois, começaram a aparecer casos também entre heterossexuais, usuários de drogas injetáveis, mulheres e pessoas que precisavam de transfusões de sangue.
Mas não teve jeito: o “grupo de risco” definido inicialmente, o de homossexuais, foi um carimbo na testa que marginalizou ainda mais essa parcela da população. Em 2021, a pandemia de AIDS completou 40 anos e o Ciência Suja mostrou como teorias bizarras e preconceituosas vindas de médicos e da comunidade científica atrapalharam o combate à doença.
ENTREVISTADOS
Dilene Raimundo do Nascimento
especialista em saúde coletiva e professora da Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz
Valeria Petri
dermatologista e responsável pelo primeiro diagnóstico de HIV/Aids no Brasil
Arthur Kalichmann
médico sanitarista no Centro de Referência e Treinamento em DST-Aids da Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo
Caio Rosenthal
infectologista do Hospital Emílio Ribas
Carlos Duarte
arquiteto e voluntário do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids do Rio Grande do Sul (GAPA-RS)